Linhas de pesquisa do PPG em Letras Clássicas
Visando não só a promover linhas de pesquisa mais amplas, capazes de abrigar uma gama mais variada de projetos, mas também a propiciar maior colaboração entre os diferentes projetos desenvolvidos no Programa, julgou-se mais producente a redução do número de linhas e, por conseguinte, a expansão de seu conteúdo. Assim, a partir de 2012 passam a ser duas as linhas de pesquisa do programa, a saber: 1) Poesia e prosa greco-latina; 2) Discurso teórico greco-latino. De um lado, a primeira dessas duas novas linhas reagrupa tematicamente propostas dispersas, porém afins, por três das anteriores cinco linhas vigentes desde 1997, ou seja: 1) Narrativa greco-latina, 2) Teatro greco-latino, 3) Poesia lírica, satírica e didática; de outro lado, manteve-se a denominação de uma das restantes duas linhas anteriores, a qual reagrupa as propostas das linhas “Discurso teórico greco-latino” e “Estrutura da frase grega e latina”. Apresenta-se a seguir uma breve descrição das duas linhas atuais.
Esta linha de pesquisa abriga: 1) projetos que estudam textos gregos e latinos em que se expõe teoria poética, retórica ou filosófica; 2) projetos que investigam aspectos retóricos, éticos, políticos e míticos de textos gregos e latinos vários; 3) projetos que enfocam aspectos gramaticais da prosa e poesia grega e latina; 4) projetos que investigam lições sobre língua grega e latina de gramáticos antigos e linguístas modernos.
- A recepção dos clássicos no Renascimento
- Investigando o teatro ateniense: sociedade, linguagem, performance
- As artes na Antiguidade Clássica greco-romana
- Língua grega no contexto indo-europeu: gramática e fraseologia
- Literatura e arqueologia da representação de consenso na Antigüidade Tardia
- Poéticas antigas: Tradução, Interpretação e Estudo Comparativo
- Projeto Minimus III: O grego e o latim no Ensino Fundamental
- Prosa grega: filosofia, historiografia e oratória
- Retórica e literatura latina pós-clássica
Essa linha abriga projetos que investigam 1) a narrativa greco-latina, seja em verso (epopéia), seja em prosa (historiografia, romance), de modo a caracterizar a matéria, elocução, métodos e fins próprios de cada gênero narrativo (= epopéia, história, etc.); 2) a dramaturgia greco-latina, a fim de caracterizar as espécies da tragédia, comédia, drama satírico, bem como investigar as relações entre o teatro e a ética, política e filosofia; 3) a caracterização das várias espécies da chamada lírica greco-latina (odes, epigramas, epodos, etc.) e também da sátira e didática.
- "Democracia e verdade em Heródoto e Tucídides"
- "Polifonia genérica e as representações do kleos na poesia homérica e no drama ático"
- "Temas, formas e linguagens na poesia grega arcaica e clássica"
- Textos filosóficos latinos: tradução e estudo
- A poesia épica grega helenística
- As Epístolas Morais de Plínio, o Jovem
- Cícero rétor, orador, filósofo
- Epigramas latinos da Renascença francesa: epigramas de Jean Visagier
- Estudo da organização dos poemas e o estilo nas obras de Horácio, Virgílio e Ovídio
- Intertextualidade na poesia de Marcial
- Poesia dramática latina: estudo e tradução
- Prosa narrativa de ficção na Grécia antiga: romance e gêneros correlatos
- Sófocles: Tragédias. Estudo e tradução
- “Os mitos em Estesícoro e Íbico”
Definição: A linha de pesquisa “Recepção da literatura greco-latina” abrigará projetos de estudos centrados nos seguintes tópicos: 1) recepção da literatura greco-latina no âmbito da própria Antiguidade; 2) recepção da literatura greco-latina no imaginário cultural pós-Antiguidade, em suas diversas linguagens; 3) teorias da recepção-tradução da literatura greco-latina.
Justificativa: Originado dos estudos de estética e usado a partir da segunda metade do século XX para substituir palavras como “imitação”, “permanência”, “tradição”, “herança”, “influência”, “apropriação” etc, o termo “recepção” recebeu o qualificativo “dos clássicos” para definir a área do conhecimento que se dedica à investigação dos processos de seleção, representação ou adaptação de obras da Antiguidade greco-romana em diferentes épocas ou contextos. O corpus antigo é, portanto, estudado no percurso de sua transmissão, tal como foi recortado, reescrito, traduzido, representado e (re)imaginado, segundo as circunstâncias do momento histórico em que essa (re)leitura se deu. Assim como o artista que revisita a Antiguidade deve fazê-lo de forma consciente e deliberada, assim também seu leitor deve ser portador do conhecimento necessário para que o diálogo (em que o receptor-produtor é um intermediário entre o antigo e sua própria época) se estabeleça do modo mais amplo possível, gerando, por sua vez, outras leituras, que formam um jogo de espelhos em que a referência clássica se reflete como em um caleidoscópio, de forma múltipla e multiplicada, mas sempre reconhecível. Uma vez que estão necessariamente envolvidos o campo dos Estudos Clássicos propriamente ditos, simultaneamente às teorias relativas à área de chegada da recepção (o suporte em que a recepção se dá e que, em nossos dias, pode abarcar produções como cinema ou histórias em quadrinhos), e uma vez que os Estudos de Recepção forçosamente abraçam o empréstimo, a intertextualidade, diferentes teorizações e conhecimento de diversas épocas etc, a Recepção da Literatura Greco-Latina prima, essencialmente, pela interdisciplinaridade. Da mesma forma, o estudo da recepção estabelece necessariamente a ponte entre “nós” e os “antigos”, recuperando sua qualidade de “clássico”, ou seja, de um texto sempre vivo, que sempre tem algo que dizer. Forma-se, assim, novo e maior público para a leitura dos clássicos da Antiguidade, mostrados em toda a sua capacidade de geração de outros conteúdos, nas mais diferentes épocas e culturas, em todos os suportes artísticos, da literatura aos games, das traduções à propaganda e à moda.