Inserindo-se no Projeto de Pesquisa “A Recepção dos Clássicos’, esta disciplina tem como objetivo analisar como os gêneros literários da Antiguidade foram recuperados, remodelados e misturados no século XVI. Para isso, faremos o estudo de caso do livro a que seu próprio autor, Erasmo de Rotterdam, chamou declamatiuncula, “uma declamaçãozinha”: O Elogio da Loucura (Stultitiae Laus), de 1511. Verificaremos como estão presentes nesse texto elementos e características de diferentes gêneros antigos: a declamação; o elogio paradoxal; a comédia; a sátira menipéia; o diálogo filosófico etc, todos mesclados e readaptados, juntamente com o espelho de príncipes e o lamento de tipo contemptus mundi à maneira cristã. Comentaremos ainda o catálogo de referências que Erasmo apresenta quando explicita seus modelos. Para isso, estudaremos o Stultitiae Laus, a carta a Thomas More que lhe serve de introdução e a carta a van Dorp em que Erasmo se defende por ter escrito esse libellum. Com isso, formar-se-á um panorama da recepção dos modelos antigos no Renascimento por aqueles autores que, como Erasmo, Rabelais, Vives etc, praticavam uma imitação de tipo composta, ou seja, recolhiam suas fontes de autores e gêneros antigos variados, modificando-os de acordo com as novas práticas literárias em uso.
Créditos: 8
Duração: 12 Semanas
Embora atestado em textos gregos antigos, o termo mythográphos é hoje referido a filósofos, historiadores e gramáticos gregos e romanos que se dedicaram ao trabalho de reunir, organizar, interpretar os mitos gregos, p. ex., a Ferecides de Siro, Teágenes de Régio, Euêmero de Messene, Partênio de Niceia, Ps.-Eratóstenes, Ps.-Apolodoro, C. Júlio Higino, Fábio Plancíades Fulgêncio. Assim, em primeiro lugar, a disciplina exporá as linhas principais do trabalho dos mitógrafos, que inclui o trabalho de resumo, seleção, organização, interpretação dos mitos gregos. Quanto ao trabalho de reunião, a disciplina mostrará como os mitógrafos ora abreviaram os mitos expostos de modo amplo em epopeias e tragédias, ora reuniram os mitos mencionados de passagem nestas, para serem desenvolvidos em composições poéticas. Quanto ao trabalho de interpretação, a disciplina dedicará atenção especial ao exame das causas que levaram os mitógrafos a discutir o sentido dos mitos gregos. Em segundo lugar, desenvolverá estudo de caso de alguns dos mitógrafos, a fim de expor as características específicas do trabalho destes.
Créditos: 8
Duração: 12 Semanas
O curso tem por objetivo discutir passos-chave de Tucídides em que conceitos políticos ainda funcionais como democracia, tirania, liberdade, aristocracia, justiça, vantagem/interesse etc são discutidos.
Créditos: 8
Duração: 12 Semanas
O curso visa ao estudo da declamação latina e à análise de seus recursos discursivos com vistas a observar sua relação com a produção literária do primeiro século do império, em particular com a tragédia senequiana. Assim, partindo da descrição do gênero declamatório feita por Sêneca, o Velho, serão discutidas as características desta prática, tanto em seu aspecto retórico-escolar, quanto nos seus desdobramentos em diversos gêneros poéticos. A obra de Sêneca, o Velho, fornece tanto os subsídios iniciais para definir os limites imprecisos da declamação como gênero, quanto uma coletânea de textos de diversos autores que abordaram essa prática nos anos finais da república e nos começos do império. A partir do estudo do gênero declamatório como apresentado por Sêneca, o Velho, pretende-se estudar a declamação como fonte de expedientes compositivos na literatura latina imperial, aplicável, em particular, ao estudo das tragédias de Sêneca, o filósofo.
Créditos: 8
Duração: 12 Semanas
Esta disciplina tem como objetivo a discussão da representação de deuses e heróis na poesia grega arcaica, especificamente, na épica homérica e na mélica, por meio da análise de textos literários e teóricos.
Créditos: 8
Duração: 12 Semanas