Este projeto de pesquisa tem como objetivo traduzir e estudar obras epigramáticas compostas em latim durante o Renascimento europeu, por autores de diferentes países e regiões, como Portugal, França, Países Baixos e Itália. Cabe notar que o gênero epigramático teve grande desenvolvimento nesse período, e abarca diversos subgêneros e múltiplas temáticas. A presente pesquisa prioriza três enfoques de análise e interpretação: a relação intertextual entre a composição renascentista e seus modelos clássicos e coevos; a relação sociocultural e literária entre os poetas e intelectuais do período, bem como entre os autores e as demais personagens sociais; as características literárias do gênero epigramático como forma geral e das obras epigramáticas como realização particular.
Depois da primeira fase, em que nos dedicamos ao estudo da organização das Odes de Horácio, nesta
segunda fase ampliamos o corpus, estudando não só as outras obras horacianas, Epodos, Sátiras e
Epístolas, mas também as obras de outros dois poetas augustanos, Virgílio e Ovídio. Além do estudo
da disposição dos poemas nos livros, dedicaremos também especial atenção ao ordo uerborum, ou
seja, como os poetas dispõem as palavras nos versos. Estas duas partes estão estreitamente ligadas,
como já pudemos constatar na primeira fase do projeto, estudando as Odes de Horácio. As duas
questões nos poetas augustanos estão relacionadas aos modelos gregos, sobretudo helenísticos.
Este projeto de pesquisa tem como objetivo a tradução anotada de textos latinos de diferentes períodos (incluindo literatura clássica, medieval e renascentista), baseada e amparada no estudo de elementos literários, retóricos, mitológicos ou intertextuais do original latino, de tal forma que a pesquisa teórica preceda e oriente a atividade tradutória.
Este projeto visa ao estudo sistemático e à tradução para o português da poesia e da prosa produzidas no âmbito da Literatura Latina durante os dois primeiros séculos da Época Imperial, aqui entendida, para efeitos de delimitação de corpus, como o período que se estende da morte de Júlio César (44 a.C.) até o final do principado do último imperador antonino, Cômodo, em 192 d.C. O período estudado abarca, portanto, um amplo leque de autores que produziram durante as três primeiras dinastias imperiais (a dos Júlio-Claudianos, a dos Flávios e a dos Antoninos), dos quais se podem citar, sem a intenção de se fazer uma lista exaustiva, Virgílio, Horácio, Tito Lívio, Tibulo, Propércio, Ovídio, Fedro, Apício, Sêneca, Columela, Pérsio, Petrônio, Lucano, Marcial, Plínio, o Jovem, Tácito, Juvenal, Suetônio e Apuleio.
O projeto trata de um conjunto de programas de vídeo (vidiocasts) com duração de 20 ? 40 minutos, de caráter multi, inter e transdisciplinar, cujo elo é a Antiguidade Clássica greco-latina, observada a partir de textos e imagens, com visada êmica ou ética, a depender se o objeto é avaliado com os olhos dos antigos, isto é, usando suas categorias próprias ou é avaliado com os nossos olhos contemporâneos, ressaltando, pois, sua recepção nos dias de hoje. Ao fim, é decisivo para este projeto que possamos construir didaticamente um panorama cultural e social do Império greco-romano, como bem cunhou Paul Veyne ao tratar da relevância das civilizações grega e latina na Antiguidade. Outra característica desse projeto é o caráter da valorização dos Estudos Clássicos, nas universidades brasileiras principalmente a USP, mas não sem outras universidades brasileiras ou internacionais que contem com quadros formados na USP, isto é, nossa nucleação.
Início: 01/01/2019